Tempos Modernos
Akita Hachiko
O uso dos cães japoneses próximo a Odate se modificou ao longo do tempo; da função de caça para somar as funções de guarda e rinha. De acordo com este fato, a conformação dos cães alterou-se. Mas todos os fatores para estas mudanças devem-se as condições sociais e naturais da região desde os primórdios até a metade da era Meiji (por volta de 1890).
Iniciando em 1890, as cruzas entre raças diversas tornaram-se amplamente difundidas. A principal razão para isto eram as rinhas serem eventos públicos, assim as cruzas eram realizadas entre os cães mais poderoso, indiferente de raça. Tudo isto vinha em oposição aos poucos devotos que criavam cães como hobby. A busca por cães de rinha grandes e fortes incentivou o aparecimento de um novo tipo de cão, o qual não possuía mais a cauda enrolada e inserida sobre o dorso.
Após a restauração Meiji (1868), não sobraram relatos e nem documentação conhecida. O único documento restante sobre Odate-Inus data de 1870 e está no livro do Sr. Susumu Ono, um professor da Júnior High School de Odate. O livro “Falando à Respeito de Cães da Capital dos Cães-Odate” incluindo uma mesa de debate com seus membros mais antigos.
Os membros mais antigos, os quais nasceram nas eras Ansei e Bunkyuu (1854-1863), relembravam-se muito de um cão chamado “Naka-no Tera-no Moku”, criado no templo de Jououji. A história pode ser um pouco exagerada, mas de acordo com seus relatos, A altura de Moku-go até a cernelha era de 85cm. Ele era pintado e seu pêlo era um pouco longo.
Ele era tão forte que duas crianças ou um adulto podiam montar em sua garupa, e mesmo dois ou três cães não conseguiriam derrota-lo. Moku-go nasceu em Hayaguchi-mura em Kita Akita County. Ele foi o único filhote de uma ninhada, no final do período Ansei (final de 1850) e viveu através das eras Man’en, Bunkyuu, Genji e Keiou (1860).
Ele foi morto em 1871 pela espada de um samurai desconhecido. Os cães conhecidos após “Moku-go” eram todos poderosos cães de rinha. Nestes mencionados, inclui-se “Saku” de Niisawa-mura, “Jiku” de Matou-mura, “Akna” de Misonai-mura, “Goma” de Benzousama e outros. As especificações de suas conformações não são conhecidas.
Muitos e diferentes cães foram usados para os acasalamentos. Isto incluiu um cão de porte gigante com orelhas caídas, presumivelmente um Mastiff. Este cão foi trazido para a região por volta de 1868 por um engenheiro de minas alemão convidado à trabalhar em uma mina de cobre da prefeitura de Akita. Outro foi um cão de porte grande, presume-se ser um São Bernardo ou uma mistura da raça.
Este cão foi adquirido além-mar em torno de 1904 pelo Sr. Kenkichi Mogami de Kakumagawamachi no extremo sul de Akita, muito provavelmente em resposta a cidade de Odate ter sido visitada por uma tropa da Sociedade de Cães de Rinha Tosa. Como previamente mencionadas nesta época rinhas de cães, eram extremamente populares e transformou-se em organizados eventos públicos ao invés de mero hobby. Em 1899, uma organização para cães de rinha foi estabelecida em Odate.
Seu nome era En’yukai, o que literalmente significa “festa no jardim”. Uma arena foi construída em Shintomi-cho e o valor dos ingressos eram de 5 sens(Uma unidade monetária. A centésima parte de um Yen.) para adultos e 3 sens para crianças. Com o crescimento da popularidade, em torno de 100 cães participavam em cada evento e o programa de eventos era distribuído para os participantes. Os que produziram mais fervor nas rinhas de cães em Odate foram às competições com cães de rinha Tosa.
Em 1901, uma trupe da Sociedade de Cães de Rinha Tosa viajou pelo Oeste da Japão, nos distritos de Kansai e Kantou. Ao final deste mesmo ano, eles chegaram a Odate e promoveram disputas contra Odate-Inus. Odate-Inus, sendo maiores e mais pesados, eram tidos como superiores. Como eles tem alguma conexão com os Akitas, deixe-me tocar brevemente no ponto da origem dos cães de rinha Tosa.
Documentos mostram que os cães de rinha Tosa não são nativos do Japão, mas foram o resultado de acasalamentos entre Tosas(conhecidos hoje como Shikokus) de Shikoku e raças estrangeiras, para produzir um poderoso cão de rinha. Isto ocorreu após a era Meiji. Estes cães foram cruzados com Tosas para produzir o cão de rinha Tosa.
Inicialmente, um cão trazido de Nagasaki por volta da era Kaei (1848-1853). Então, por volta de 1870, um Bulldog, propriedade de um professor Inglês em Kochi, bem como um Mastiff, propriedade de um doutor Alemão foram usados. Inclui-se também, Boston Bull, Bull Terrier e alguns São Bernardos. Durante a era Taisho (1912-1925), um Grande Dane importado da Alemanha pelo Sr. Kyono do extremo sul de Akita, e Mastiffs, de propriedade dos Srs. Matsunaga de Tokyo e Oohara da prefeitura de Okayama, foram cruzados com Tosas, produzindo excelentes cães de rinha Tosa.
Fotografias de cães de rinha Tosa, provindos da era Taisho (1912-1925), em posse de um aficionado morador de Akita, gravuras um pouco diferentes em conformação em relação aos atuais. Algumas manifestações de características de Mastiffs são encontradas. Alguns destes documentos mostram a influência de outras raças estrangeiras, como as descritas anteriormente.
Também, estes cães não eram tão encorpados em tamanho como são atualmente caracterizados. Há algumas gravuras individuais desta época que mostram cães com características aparentemente dos cães japoneses. Estes eram denominados “Puros Cães Japoneses”. É uma evidência de que houve “sobreviventes” que carregavam o sangue dos primórdios.
O fato de que alguns cães eram conhecidos como “Puros Cães Japoneses” é uma conclusão indireta de que cães mestiços também estavam presentes. Certamente após a ascensão dos eventos de rinha, os organizadores e aficionados por rinhas de cães em Odate depararam-se com um sério problema. Rinhas de cães, touradas e rinhas de galo haviam todas se tornadas muito populares em muitas regiões do Japão.
O volume de dinheiro envolvido era enorme, o que fez o governo à controlar eventos em qualquer lugar. Em 1909, Masataka Mori, o então governador da prefeitura de Akita impetrou ordem para proibir toda e qualquer rinha de cães. Devotos destas rinhas, então, não possuíam mais razão em manter seus cães. Para prejudicar ainda mais os eventos, no ano seguinte uma lei para a taxação na propriedade de cães foi impetrada.
Estes fatores, somados com a repentina aparição de moléstias, combinaram-se para a extinção de cães ferozes, por consequência o Odate-Inú, que foi levado às vias da extinção. Dizia-se que não eram encontrados cães em Odate. Mesmo após o início da era Taisho (1912), pouco mudou em Odate. Em Tokyo, por outro lado, apareciam artigos tanto na imprensa amadora quanto na profissional.
A revista “Inu” (Cão) publicou um artigo do Sr. Motoharu Hayashi, um cidadão de Odate, com o título “Proteção dos Cães Japoneses”. Ele escreveu que cães de rinha devem ser promovidos à Cães de Preservação Japonesa. Foi nesta época que o Dr. Shozaburo Watase, um honorável professor de ciência da universidade de Tokyo, iniciou a criação de uma lei considerando a conservação de monumentos naturais.
Ele defendia a preservação de cães japoneses em diversas regiões do Japão com o objetivo de investigar as origens da raça japonesa. Ele escreveu um artigo intitulado “As Raças dos Cães Japoneses” na revista “Inu” Vol.6, seguido por muitos artigos incluindo, “Nos Cães Japoneses” e “Cães e Cultura Japonesa”. Em 1922 ele ministrou uma palestra intitulada “Nas Origens dos Cães Japoneses” no encontro anual da Sociedade de Zoologia de Tokyo.
A palestra foi publicada na “Sociedade Científica” (vol.22) e este artigo é freqüentemente citado até hoje. Outros artigos geralmente eram sobre rinhas entre Odate-Inús e Cães de Rinha Tosa, bem como a caça. Deve também ser mencionado que em 1914 dois Odate-Inus foram exibidos na exposição de Taisho, Tokyo. Eles receberam honras por receberem medalhas de prata e bronze.
As rinhas de cães permaneciam interrompidas na prefeitura de Akita por razão das leis proibitivas, entretanto nas imediações de Kuroishi-machi na prefeitura de Aomori, estas eram praticamente públicas. Antes, duras e severas, as leis proibitivas em Odate tornaram-se brandas e os aficionados iniciaram a promoção de rinhas sorrateiramente. Estas eram promovidas em templos ou em remotas áreas abertas à noite.
Dentro de um curto espaço de tempo, rinhas de cães reverteram-se em grandes eventos e organizaram-se estas contra Cães de Rinha Tosa em 1915 e 1916. Os eventos entre as duas raças, as quais eram apreciadas pelos aficionados por rinhas, complicou o objetivo de resgatar a pureza do sangue dos Odate-Inus.
Mesmo os proprietários de Cães de Rinha Tosa sempre elogiaram seus cães e os criadores de Odate-Inus orgulhavam-se da força dos seus, ambos reconheciam os méritos dos cães uns dos outros. Como resultado, amantes da raça Tosa adquiriram muitos Odate-Inus, e amantes dos Odate-Inus constantemente acasalavam seus cães com Cães de Rinha Tosa.
Acasalamentos entre as raças foram ainda mais intensificados para produzir cães de um tipo ainda diferente que era chamado “Kairyo-ken” (Cão Aperfeiçoado) ou “Shin Akita” (Novo Akita). O ponto principal da diferença em relação ao Cão de Rinha Tosa foi a colocação da cauda. A colocação ideal de cauda para um “Cão Aperfeiçoado” era uma cauda enrolada sobre a garupa.
Esta nova variedade foi promovida e criada até o início da era Showa (final de 1920). Incrivelmente, os puros cães japoneses não estavam longe dos arredores de Odate. A verdade da importância é que cães regionais permaneciam em vilarejos próximos à Odate, sendo usados como cães de guarda, bem como nas montanhas, como Matagi-Inus exercendo a função de caça.
Então, no início da era Taisho (por volta de 1915) havia dois tipos de Odate-Inus. Um tipo possuía orelhas eretas e cauda enrolada sobre a garupa, preservando a conformação e estilo do Cão Japonês. O outro tipo, que também era uma raça intencional, possuía testa enrugada e orelhas semi caídas ou caídas.
Enquanto isto em Tokyo, muitos escolares e intelectuais estavam levantando questionamentos e dando opiniões a respeito das tradições japonesas, locais históricos, lugares de beleza sênica, fauna e flora. Em 1919 uma lei designando estes tópicos como Monumentos Naturais foi criada e imediatamente posta em prática. Nos oito artigos dos principais pontos da lei, animais (fauna) são definidos como “Animais Únicos para o Japão”.
Para referência, aqui estão os critérios para um animal designado como Monumento Natural.
(1) Um animal conhecido, único para o Japão, tanto quanto seu habitat.
(2) Um animal conhecido como Japonês, entretanto não único, necessitando preservação, tanto quanto seu habitat.
(3) Um animal ou conjunto de animais únicos em seus ambientes.
(4) Um animal domesticado único para o Japão.
(5) Um conhecido e não domesticado animal trazido para o Japão e presente vivendo na natureza tão bem quanto em seu habitat.
(6) Uma espécie de animal de um alto valor cultural.
Dr. Watase, o mentor desta lei, listou os seguintes animais com necessidade de preservação: Onagadori (galos de cauda longa) em Tosa, Uzuraochabos (uma pequena ave), Akitas, Tosas, Chins, Okiumas (uma raça de cavalo), Tosakomas (também um tipo de cavalo) e bovinos e egüinos em Tanegashima. Um ano após a implementação da lei, Dr. Watase foi pessoalmente à Odate analisar o Akita. Estava sendo um período de declínio para o Akita, ele não encontrou cães suficientemente excelentes para indica-lo como Monumento Natural.
Por mais de 10 anos após sua visita, a designação do Akita como um Monumento Natural era incerta. Sua análise criteriosa, entretanto, contribuiu muito na restauração dos cães japoneses em geral e os Akitas em particular. Ao tempo que os aficionados em Odate criavam e mantinham cães quase que totalmente para as rinhas.
Ninguém imaginou que Odate-Inus, sendo cães regionais, poderiam ser designados como Monumento Natural por uma lei nacional. As análise do Dr. Watase para testar as qualificações dos Odate-Inus tocou os aficionados pela surpresa. Eles rapidamente reconheceram a importância da preservação dos cães japoneses de raça pura.
Isto é que finalmente alavancou o caminho para a restauração do Akita. Ao início da era Showa (final de 1920), nada havia mudado muito desde a era Meiji-Taisho (1868-1925). Rinhas de cães ainda eram muito populares e somente poucos preocupavam-se com a preservação dos cães japoneses puros. Mesmo assim, as análises do Dr. Watase alavancaram a restauração dos cães de raça pura.
AKIHO foi fundado em 1927 pelo Sr. Shigeie Izumi o qual era então o prefeito de Odate. Então, com a aprovação do Dr. Watase, o Sr. Hirokichi Saito, o qual trabalhou incessantemente na preservação dos cães japoneses desde o início de 1920, fundou o NIPPO em Junho de 1928. Afortunadamente, jornais como os “Tokyo Asahi”, “Tokyo Nichinichi” e “Yomiuri” cobriram estes eventos em suas páginas.
Cartas vindas de todo o Japão oferecendo assistência e encorajamentos chegavam quase que diariamente. Na mesma proporção, entretanto, as raças estrangeiras também foram promovidas, glorificadas e cruzadas com cães regionais para supostamente melhorar as raças nativas. Isto ia em conflito direto contra os esforços que estavam sendo feitos para a preservação e propagação dos cães de raça pura japoneses.
A designação de uma raça como sendo um Monumento Natural foi o que tornou mais efetivo o significado de prevenção exaustiva contra as cruzas entre raças. Isto foi considerado o melhor método, com isto o público e os aficionados tomariam mais cuidado com a importância das raças nativas japonesas. O Akita tornou-se o primeiro candidato à esta designação.
Por esta época, Dr. Watase faleceu e seu sucessor ainda não havia sido apontado. O primeiro indicado Sr. Shigeie Izumi, um membro do conselho do NIPPO e prefeito de Odate, tomou a iniciativa e submeteu o Akita à análise. Mais tarde, Dr. Tokio Kaburagi foi indicado como membro do Hozon Kyokai, e Akitas foram designados como um Monumento Natural em Julho de 1931.
O cão do Sr. Izumi originalmente conhecido por, “Tochino-go”, morreu quando Dr. Kaburagi visitou Odate. Entretanto cães e cadelas designados, incluíam o filho de Tochino-go, Kin-go, e também sua filha Matsukaze-go, ambos de propriedade do Senhor Izumi. Outros inclusos foram um macho pertencente ao Senhor Ichinoseki, uma fêmea de propriedade do Sr. Aoyagi, uma fêmea pertencente ao Sr. Tayama, e outra fêmea de propriedade do Sr. Akahira.
De acordo com o Sr. Kaburagi, os cães e cadelas do Sr. Ichinoseki de propriedade dos Srs. Aoyagi e Akahira foram relacionados aos Akitas do Sr. Izumi. Seus Pedigrees foram confirmados mais tarde. Mesmo tendo os esforços para restaurar o novamente chamado “Akita-Inú” iniciado, cães de rinha ainda eram populares em Odate. Istou causou muita dificuldade para restaurar Akitas como Puros Cães Japoneses.
Alguns apaisanados, entretanto, trabalhavam duro para preservar a raça. Isto incluía o Sr. Shigeie Izumi, Sr. Susumu Ono e o Sr. Yaichiro Tayama, todos membros do Aiken Kyokai em Odate. Também fundamentais foram o Senhor Kunio Ichinoseki de Niida-mura e o Sr. Hyouemon Kyono de Yuzawa no sul de Akita.
Com o propósito de restaurar a raça, eles foram ou enviaram representantes ao interior e vilas Matagi para trazerem cães regionais que fossem considerados menos afetados pelo miscigenação. Somando-se à designação, o que trouxe os Akitas para a atenção de toda a nação foi um artigo sobre o leal cão “Hachiko” editado em “Asahi Shinbun” (Jornal de Asahi) em 4 de Outubro de 1932.
O artigo intitulado “A Movimentada Estória de um Velho Cão: 7 Anos de Espera por Seu Mestre Falecido”. Este artigo, acompanhado de fotos, coincidindo bem com os sentimentos da época (Incidente da Manchuria em 1931) e tocou os corações não somente dos aficionados mas também todo o povo Japonês.
O nome “Hachiko” tornou-se conhecido pelo país e sua raça, Akita, também teve esta repercussão. Hachiko nasceu em Novembro de 1923 na cidade de Odate. Em Janeiro de 1924, quando Hachiko possuia 2 meses de idade, Dr. Eizaburo Ueno, professor de agricultura da Universidade de Tokyo, adquiriu-o de um amigo criador.
A casa do Dr. Ueno situava-se em Shibuya Oomukai, Shibuya-machi, na periferia de Tokyo. Ele deslocava-se de trem para a Universidade de Agricultura em Komaba, como também para a Estação Experimental de Agricultura Nishigahara do Ministério da Agricultura e Reflorestamento. Hachiko foi criado como um membro da família e acompanhava seu dono não somente em caminhadas mas também nas idas e chegadas à estação de trem todas as manhãs e noites.
Em Maio de 1925, Dr. Ueno faleceu devido à um mau súbito. Hachiko tinha só um ano e meio de idade. Após a morte de seu mestre, Hachiko foi cuidado por amigos e parentes do Dr. Ueno. Mesmo assim, ele iria todos os dias até a estação de trem esperar pela volta de seu mestre. Uma estátua de Hachiko foi erguida na estação de Shibuya em Abril de 1934. Hachiko morreu um ano depois em 1935 com a idade de 12 anos e 5 meses.
As notícias de sua morte trouxeram muitos visitantes à estação de Shibuya que cobriram a estátua de Hachiko com fores. Diz-se que a fumaça dos incensos fez com que o dia ensolarado se tornasse nublado. O público interessado em Hachiko popularizou o nome “Akita” e resgatou a atenção dos aficionados. Entretanto, nenhum desenvolvimento expressivo pôde ser esperado nesta época devido ao Incidente da Manchúria (1931) e os subseqüentes 15 anos de guerra.
Esta é provavelmente a razão porque o material publicado e documentos sobre Akitas nesta época limita-se aos contos sobre Hachiko. Como para outros cães japoneses, o crescimento da NIPPO tornou possível a exibição anual que foi realizada de Novembro de 1932 até o meio da Segunda Guerra Mundial em 1942. Vários Akitas foram exibidos na categoria de cães japoneses de porte grande.
Seus ancestrais incluíam linhagens Kishu e Hokkaido. Isto é uma indicação que mesmo então, os cães japoneses como os Matagi-Inus foram usados para os cruzamentos. Em Odate, a casa original do Akita, AKIHO realizou seu décimo-primeiro evento em Novembro de 1947. Isto significa que dez outros eventos foram realizados antes deste. Entretanto, nenhum documento à respeito destes eventos foi encontrado.
O único documento existente é uma lista de membros da AKIHO de 1942. Um importante membro sênior, Sr. Sadakichi Tayama, possuía-o. Nesta época, haviam menos membros no total do que em uma parte da AKIHO hoje. Esta foi um período de guerras que iniciaram com o incidente da Manchúria em 1931 e atravessou a Segunda Guerra Mundial. Clubes Cinófilos puderam somente aguardar pela continuação de suas existências, e não preocuparam-se à respeito de possíveis desenvolvimentos durante estes tempos muito difíceis.
Em Akita, como em todo o Japão, bons materiais tornaram-se cada vez mais escassos com o progresso da guerra. Tudo estava sob controle militar e o racionamento intolerante estava posto em prática. Alimento e vestuário eram escassos. Akitas, estando entre os cães japoneses de porte grande, foram drasticamente reduzidos em número, pois poucos apaixonados tinham condições de alimenta-los.
A guerra expandiu-se para as áreas frias do Norte da China, forçando o uso de cães e gatos como matéria-prima usada em casacos militares. Devido ao seu tamanho, os Akitas foram usados em grande demanda e intencionalmente dizimados. A polícia ordenou o confisco e captura de todos os cães, menos os ovelheiros alemães usados em objetivos militares.
Responsáveis pela captura dos cães foram ordenados a localizar os animais dos grandes centros até as remotas vilas do interior para capturar e mata-los. Aficionados tentaram infringir as ordens enviando seus cães para Matagis e fazendas nas montanhas, ou para serem usados pela Prefeitura de Aomori como cães de guarda.
Alguns tentaram confundir os responsáveis pela captura, dando nomes aos seus cães usados geralmente por cães ovelheiros alemães, ou cruzando-os com estes. Isto explica porque nomes como “Peace”, “Long”, “Carl” e “Mary” foram dados aos machos e fêmeas de Akitas do Pós-Guerra. Em qualquer dos casos, este foi um período infortúnio para os cães tanto quanto para seus proprietários e aficionados.